Cefaleia tensional: como classificar e tratar?

Postado em: 23/08/2024

A cefaleia tensional é, hoje, um dos problemas neurológicos mais comuns do mundo. 

Por isso, a revista Nature Reviews Disease Primers publicou um estudo abrangente sobre esse tema, destacando os pontos principais sobre a classificação e tratamento da condição. 

De acordo com o estudo, a definição de cefaleia tensional inclui:

  • Localização bilateral;
  • Sensação de pressão ou aperto;
  • Intensidade leve ou moderada;
  • E uma média de duração que varia entre 30 minutos e 7 dias.

E para te ajudar a saber mais sobre esse tema, neste blog, vou compartilhar um pouco mais sobre esse tipo de dor de cabeça e como podemos lidar efetivamente com ela.

O que é a cefaleia tensional?

Em resumo, é o tipo de dor de cabeça mais comum do mundo.

Também chamada de cefaleia de tensão, a cefaleia tensional é causada por uma contração dos músculos do pescoço e da cabeça, resultando em uma dor descrita como uma sensação de pressão, semelhante a um capacete apertado ao redor da cabeça. 

Ela pode ser bilateral, ou seja, afetar os dois lados da cabeça, e durar de 30 minutos a até sete dias. Trata-se também de um problema recorrente, muitas vezes associado a fatores como estresse, ansiedade, má postura e noites mal dormidas. 

Vale ressaltar ainda que homens, mulheres e até crianças podem sofrer com esse tipo de cefaleia, embora ela seja mais comum em mulheres na faixa dos 30 a 40 anos.

Causas e sintomas

A causa exata da cefaleia tensional não é completamente conhecida, mas fatores como estresse emocional, má postura e até desidratação podem desencadear a dor. 

Além disso, dificuldades visuais, mudanças bruscas e alterações hormonais também podem contribuir para o surgimento dessas crises, sobretudo em mulheres.

Os principais sintomas incluem:

  • Sensação de pressão ao redor da cabeça;
  • Dor na nuca, testa ou nas laterais da cabeça;
  • Sensação de peso atrás dos olhos;
  • Rigidez ou sensibilidade nos ombros e pescoço.

Ao contrário da enxaqueca, a cefaleia tensional não costuma provocar náuseas ou vômitos, nem ser agravada por atividades físicas ou luz intensa. Isso faz com que muitas pessoas consigam continuar com suas atividades diárias, mesmo sentindo dor.

Mas atenção: se você está enfrentando episódios frequentes de cefaleia tensional, é importante procurar um especialista. Normalmente, fazemos uma análise detalhada dos sintomas, sua intensidade, localização e frequência. Em alguns casos, também podemos solicitar exames, como uma ressonância magnética, para descartar outras condições.

Duração e diagnóstico 

Os episódios de cefaleia tensional podem durar de 30 a até 7 dias, com uma média de 4 a 6h. Se a dor ocorrer mais de 15 vezes ao mês, por um período de três meses ou mais, é recomendável procurar um neurologista, que poderá iniciar um tratamento  adequado.

O diagnóstico é feito por meio de uma análise detalhada dos sintomas.

Incluindo sua intensidade, frequência, duração e localização. 

Exames físicos são realizados e, se houver suspeitas de outras condições, como meningite ou hemorragia subaracnoide, pode ser solicitada uma ressonância magnética.

Causas e fatores

A causa exata da cefaleia tensional não é completamente compreendida, mas acredita-se que ocorra devido a tensões nos músculos pericranianos (ao redor do crânio). 

Fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento incluem estresse emocional, ansiedade, má postura, desidratação, alterações hormonais, deficiência de vitamina B12 e até dificuldades visuais. Além disso, fatores simples como mudanças no sono, exposição prolongada ao sol ou alterações no apetite também podem desencadear essa condição.

Classificação

A cefaleia tensional é subdividida em três tipos, dependendo da frequência dos episódios:

  • Infrequente: ocorre uma vez por mês ou menos;
  • Frequente: acontece de 1 a 14 dias por mês, por pelo menos três meses;
  • Crônica: ocorre mais de 15 dias por mês, por um período maior que três meses

Tratamento

Quando falamos sobre tratamento, existem tanto opções farmacológicas quanto não farmacológicas. Para o alívio imediato, o uso de anti-inflamatórios e analgésicos, como ibuprofeno e paracetamol, pode ser eficaz e até mesmo efetivo. 

Em alguns casos, também associamos esses medicamentos à cafeína. 

No entanto, para aqueles que sofrem com episódios crônicos ou mais frequentes, é necessário um tratamento preventivo. Medicamentos como a amitriptilina são indicados para ajudar a reduzir a recorrência das crises, mas é importante lembrar que esses medicamentos podem ter efeitos colaterais, como sonolência e ganho de peso.

Se você sofre de dores de cabeça frequentes ou crônicas, não deixe de agendar uma consulta! Entre em contato pelo WhatsApp e marque seu horário para conversarmos.

Dra. Tamara Maria Ribeiro Pereira
Neurologista
CRM 183780 | RQE 91010 / área de atuação 910101 – Dor

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