Dor Neuropática: O Que é e Quais são as Causas Comuns?

Postado em: 05/06/2024

A Dor Neuropática é uma condição complexa e frequentemente mal compreendida, caracterizada por uma dor crônica que resulta de danos ou doenças afetando o sistema nervoso. 

Diferente da dor nociceptiva, que surge de lesões nos tecidos (como um corte ou uma contusão), a dor neuropática é a manifestação de uma disfunção dentro do próprio sistema nervoso. 

Este artigo visa desmistificar esse tipo de dor, explorando suas causas comuns e destacando a importância de abordagens de tratamento eficazes sob a orientação de um profissional qualificado. Continue a leitura para mais detalhes!

O que é a dor neuropática?

A Dor Neuropáticaocorre quando há lesão ou disfunção nos nervos que transmitem informações de sensação para o cérebro e a medula espinhal

Pacientes podem descrever essa dor como uma sensação de queimação, formigamento, choques elétricos, ou até mesmo como um frio intenso. 

Diferentemente da dor causada por um ferimento imediato, a dor neuropática pode persistir ou se manifestar mesmo na ausência de qualquer dano tecidual visível.

Causas comuns da dor neuropática

A dor neuropática é uma condição complexa e frequentemente debilitante que resulta de danos ou disfunção dos nervos. Ela pode ser desencadeada por várias causas, variando de condições médicas a lesões físicas. 

Entender essas causas é crucial para o manejo eficaz da dor e para a implementação de tratamentos apropriados. Confira algumas possibilidades:

  • Diabetes: Uma das causas mais comuns de dor neuropática é a neuropatia diabética, que resulta de danos aos nervos devido aos altos níveis de glicose no sangue ao longo do tempo. Esta condição pode causar dor, formigamento e perda de sensação em várias partes do corpo, mais comumente nos pés e nas mãos.
  • Herpes Zoster: A neuralgia pós-herpética, que pode seguir um surto de herpes zoster (cobreiro), é outro exemplo de dor neuropática. Neste caso, a dor persiste na área afetada muito depois da cura das lesões cutâneas, podendo ser extremamente dolorosa e debilitante.
  • Lesões: Lesões que resultam em danos aos nervos, seja por trauma direto, acidentes ou por cirurgias, são causas significativas de dor neuropática. Tais danos podem interromper a comunicação normal entre os nervos e o cérebro, resultando em sensações de dor que não têm uma fonte de estímulo externo.
  • Doenças: Condições como esclerose múltipla, HIV/AIDS e doenças autoimunes podem afetar os nervos e desencadear dor neuropática. Essas doenças podem causar inflamação ou deterioração dos nervos, levando a sintomas neuropáticos crônicos.
  • Quimioterapia: Alguns medicamentos usados no tratamento do câncer podem causar neuropatia periférica como efeito colateral. Este tipo de dor é frequentemente descrito como uma sensação de queimação, choques elétricos ou formigamento nas extremidades.
  • Álcoolismo: O consumo excessivo de álcool pode causar danos aos nervos devido aos efeitos tóxicos do álcool e suas consequências metabólicas, resultando em dor neuropática.
  • Deficiências nutricionais: Deficiências de certas vitaminas, como as do complexo B, são conhecidas por afetar a saúde dos nervos e podem levar a sintomas neuropáticos.
  • Doenças vasculares: Condições que afetam os vasos sanguíneos e reduzem a circulação também podem causar danos aos nervos, resultando em dor.

A identificação da causa subjacente da dor neuropática é fundamental para o tratamento adequado. Muitas vezes, a gestão eficaz requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos, terapias físicas, intervenções psicológicas e, em alguns casos, cirurgia. 

A educação do paciente sobre a natureza de sua condição e as estratégias para gerenciar os sintomas em casa também são aspectos cruciais do tratamento. 

A compreensão e o apoio contínuo podem ajudar significativamente na melhoria da qualidade de vida dos pacientes que sofrem dessa condição.

Abordagens de tratamento e manejo da dor neuropática 

A dor neuropática pode ser desafiadora para tratar, devido à sua natureza complexa e às vezes à causa subjacente não ser completamente reversível. No entanto, existem várias estratégias e tratamentos que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes:

Controle da condição subjacente

O primeiro passo no tratamento da dor neuropática é frequentemente abordar qualquer condição subjacente que possa estar contribuindo para a dor, como controlar os níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes ou otimizar o tratamento para condições autoimunes.

Medicação

Várias classes de medicamentos são utilizadas no manejo da dor neuropática, incluindo:

  • Antidepressivos: Certos antidepressivos são eficazes na redução da dor neuropática.
  • Anticonvulsivantes: Medicamentos originalmente desenvolvidos para tratar epilepsia podem ajudar a aliviar a dor neuropática ao estabilizar a atividade elétrica anormal dos nervos.
  • Analgésicos: Podem ajudar, embora a eficácia possa variar e o uso a longo prazo possa ter riscos.
  • Aplicação tópica: Cremes e pomadas que contêm capsaicina ou anestésicos locais podem ser aplicados diretamente sobre a área dolorida.

Terapias complementares e intervenções físicas

Outros tipos de tratamento da dor neuropática incluem:

  • Fisioterapia: Pode ajudar a melhorar a força muscular, a função e a mobilidade, além de reduzir a dor.
  • Acupuntura: Alguns pacientes encontram alívio da dor neuropática através da acupuntura.
  • Indicação de Estimulação Magnética Transcraniana (TMS) e a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS): Tratamentos para controle da dor, com bom nível de segurança.

A importância da orientação especializada

Cada paciente com dor neuropática é único, e o sucesso no tratamento depende de uma abordagem personalizada. 

Me dedico a entender as necessidades individuais de seus pacientes, oferecendo tratamentos baseados nas mais recentes evidências científicas e ajustando as abordagens conforme necessário para alcançar os melhores resultados possíveis.

Se você está sofrendo de dor neuropática, agendar uma consulta pode ser o primeiro passo para encontrar alívio. Entre em contato e marque seu horário!

Dra. Tamara Maria Ribeiro Pereira
Neurologista
CRM 183780 | RQE 91010 / área de atuação 910101 – Dor

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